Cibersegurança: 5G traz novos alertas para 2023

Inovação

Em uma sociedade em que aproximadamente 5 milhões de pessoas tiveram suas informações pessoais roubadas e vendidas nos chamados mercados de bots, a consolidação da quinta geração de internet móvel traz novos alertas neste ano.

Em 2022, os governos travaram guerras on-line, as empresas foram afetadas por várias gangues de ransomware e os dados dos usuários regulares estiveram constantemente no radar dos hackers.

Uma pesquisa da empresa de segurança cibernética NordVPN aponta que, dos usuários afetados, 351 mil são brasileiros. Isso torna o Brasil o terceiro país mais impactado do mundo, atrás da Índia e da Indonésia. O estudo revela ainda que a identidade digital completa é vendida atualmente por R$ 32,63 em média.

O 5G envolve novas possibilidades nas mais diversas esferas, mas também cria mais desafios de segurança cibernética. A nova tecnologia vem atrelada ao risco de hackers encontrarem maneiras de explorá-la. Embora o 5G forneça aos usuários uma conexão de internet mais rápida, também exigirá atenção significativa à nova infraestrutura, que abre mais pontos de acesso para cibercriminosos.

Ainda com a escassez global de especialistas em segurança cibernética, fica mais difícil evitar ataques.

Outra pesquisa da NorVPN revelou que pelo menos 20% dos brasileiros gostariam de “se deletar” da internet. Isso ocorre porque 43% disseram que as plataformas digitais tomam muito do seu tempo, enquanto 32% se sentem usados por empresas que exploram seus dados pessoais.

O ano de 2023 não será mais fácil no que diz respeito a manter os dados dos usuários seguros e privados. Assim como os hackers, países autoritários estão trabalhando duro para comprometer esses fatores.

Irã, Rússia e China, por exemplo, estão consolidando seus poderes por meio do aumento da vigilância. Portanto, embora muitos países sigam lutando pela democracia, as iniciativas dessas nações manterão seus cidadãos no escuro e fora da internet.

A ciberguerra está apenas começando. Com o líder da China garantindo seu terceiro mandato e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, muitos especialistas preveem aumento nos ataques cibernéticos patrocinados pelos atores governamentais. A China pode aumentar os ataques cibernéticos em Taiwan, Hong Kong e outros países que se opuserem ao regime. Enquanto isso, a Rússia pode patrocinar ataques contra países que apoiam a Ucrânia.

Mas toda moeda tem dois lados. Para Daniel Markuson, especialista em privacidade digital da NordVPN, existe uma luz no fim do túnel, e essa esperança está debruçada sobre o fato de as pessoas começarem a valorizar seus dados, pressionando a ação de empresas e chefes de Estado.

No final de 2022, o Google prometeu eliminar os cookies de terceiros nos navegadores Chrome até 2024 e pensa em novas maneiras de rastrear seu fluxo (como por meio do FLoC – Federated Learning of Cohorts).

“Essa é uma ótima notícia para quem valoriza sua privacidade. Os cookies de terceiros são rastreadores que coletam dados individuais do usuário em inúmeros sites que acabam nas mãos de anunciantes para a criação de anúncios personalizados e intrusivos. Embora não possamos dizer que o rastreamento do usuário acabou, podemos comemorar o fim da era do rastreamento intrusivo”, explica Markuson.

O executivo afirma ainda que 2023 será um grande ano para as leis de privacidade, já que a Índia discutirá sua Lei de Proteção de Dados Pessoais – a versão indiana da GDPR. Da mesma forma, os EUA estão discutindo a própria Lei Americana de Proteção e Privacidade de Dados, que ajudará a estabelecer uma estrutura para a proteção de dados em escala federal.

O avanço da criptografia também chega como aliado da cibersegurança. Diante do poder da computação quântica, mesmo os algoritmos de criptografia mais sofisticados podem ser quebrados em alguns minutos. Isso mostra que, no futuro, serão necessárias ferramentas de criptografia novas e mais poderosas.

Daqui para frente, a segurança cibernética vai se basear em blockchain, que provou ser extremamente útil para a troca de informações seguras e descentralizadas. “Até agora, as ferramentas baseadas em blockchain tinham implementação muito cara, devido à novidade da tecnologia. No entanto, muitos especialistas estimam que, em 2023, a ferramenta será usada cada vez mais para a segurança cibernética”, finaliza.

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