2023: caminhos para acelerar seus negócios em um ano de desafios

Inovação

Por Fernando Moulin, partner da Sponsorb, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente

Após um dos anos mais desafiadores do século, tanto no cenário econômico quanto no político, em 2023, o mundo deve observar novos dilemas. A sequência de conflitos, como a guerra da Ucrânia, e a crescente tensão nas relações entre China e Estados Unidos, aliados às consequências insistentes da pandemia, seguem afetando, dramaticamente, os preços e as condições econômicas nas mais diversas esferas.

Os tempos de dinheiro em abundância seguem distantes este ano, sobretudo por causa das ondas de demissões em todo o planeta. Os investimentos não vão paralisar, mas ainda estarão longe do ideal. Neste cenário, as empresas precisam focar em sua estratégia de negócios, em adição à saúde financeira e operacional, para garantir um crescimento sustentável e não a qualquer custo.

No venture capital, as fases de ajustes continuam em 2023. Embora em 2022 muitas startups tenham aprendido a lição e diminuído suas taxas de queima de caixa, outras ainda estão perdendo dinheiro e vão precisar levantar capital para não fechar. Dinheiro para startups será direcionado a bons negócios que estiverem organizados corretamente de acordo com os princípios básicos da boa gestão, cumprindo seus planos, entregando genuínas propostas que agreguem valor efetivo ao cliente e batendo metas de receitas e despesas de forma estruturada.

No varejo, vemos desafios adicionais para o setor, com a alta dos juros trazendo impactos no giro das mercadorias e demanda, em paralelo com revelações de alguns caminhos administrativos questionáveis que vinham sendo adotados por players relevantes, os quais em alguns casos causaram enorme assombro e trouxeram danos colaterais a todo o segmento. Para garantir a continuidade a positiva dos negócios, esse setor precisará estar atento ao que vem de novo e ao que vai se consolidar além das tendências da moda do momento. Neste sentido, os varejistas devem agregar sempre novas camadas às suas ofertas, principalmente no que diz respeito à tecnologia, garantindo valor real ao seu negócio e buscando minimizar os grandes impactos dessas consequências do cenário nacional e internacional.

No que diz respeito à inovação, as soluções low-code e no-code e o uso em massa delas, vai agilizar serviços e entregas, tornando o ambiente de desenvolvimento mais produtivo e liberado para a adoção em escala de alta tecnologia, inteligência artificial e inteligência de dados. Cybersecurity também é uma tendência em um cenário de exposição crescente de dados pessoais nas redes, bem como tecnologias ativadoras de práticas ESG.

Além disso, este é o ano da inteligência artificial. A tendência é que a aplicação se torne mainstream através de plataformas como o ChatGPT – que pode ser a ferramenta moderna mais importante desde a chegada dos mecanismos de busca, capaz de promover mais uma fase da revolução digital – que segue em vigoroso curso, mesmo após o fortuito arrefecimento da pandemia de COVID-19.

Através do ChatGPT, a Open AI trouxe a capacidade de responder perguntas complexas através de conversação. Muitas pessoas já consideram essa ferramenta revolucionária porque foi treinada para aprender o que pessoas reais dizem quando fazem suas perguntas, e responder de forma surpreendentemente humana, como se fosse outra pessoa escrevendo. Isso pode mudar e muito a maneira como pessoas interagem com computadores e a maneira como as informações são apresentadas e utilizadas em todos os segmentos – da academia à indústria de base.

Não é mais possível fugir da TI, mas o equilíbrio deve ser sempre uma constante no universo corporativo, e quem conseguir fazer esses projetos sem deixar a humanidade de lado, vai sair na frente. A exemplo do metaverso, que ainda não engatou por falta de afinidade das pessoas com relações apenas digitais, quem integrar os dois mundos (físico e digital) certamente levará vantagem competitiva para buscar voos mais amplos ao longo desse desafiador 2023.

No Brasil, vale ressaltar que é essencial deixar de lado a polarização e os ruídos políticos para garantir uma visão mais estruturante a longo e médio prazos. O fato é que em 2023 vamos presenciar a consolidação das comunidades, do social commerce, da colaboração e das tecnologias que trazem mais interação e aproximação entre clientes, consumidores, fãs e colaboradores em torno de uma marca, serviço ou produto.

Uma estratégia poderosa e que considere em seu entorno todos esses elementos listados e mais alguns específicos de cada mercado, aliada aos projetos certos de inovação, trará consigo o potencial real de gerar e extrair valor através de pessoas altamente engajadas e recompensadas. Esses caminhos certamente constituirão trilhas positivas de sucesso, com o advento de enormes oportunidades para criar soluções que se tornem canais de evolução para as mais diversas empresas, suas marcas e colaboradores.

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